PHM: “Era só para ser animação de rua, a oportunidade do concerto surgiu depois”
Sofia T
Lê livros, conta histórias, estuda um pouco de tudo, o que lhe dá a capacidade de ver o mundo numa perspectiva alargada e de aprender depressa. Nunca pára de aprender. Vive numa insaciável busca por conhecimento e pela melhoria das suas aptidões.
Gosta de fazer bem, privilegia sempre a competência e segura-a no seu horizonte.
Se lhe perguntarem o que gosta mesmo de fazer, dirá que gosta de ler, escrever e de contar histórias. Por isso, escreve coisas em várias vozes. Eleva cada voz a um desafio que leva até ao fim e lhe serve de combustível.
Escreve em plataformas Blogger, WordPress, papel ou na areia da praia. Conta histórias em vídeo, áudio, ou texto. E edita-as todas, porque, acredita, é na edição que está a arte.
A quem interessar, nos espaços temporais que deixa em aberto, carregou fardos de palha, sacas de ração e carrinhos-de-mão cheios de estrume. Também trabalhou muitos cavalos e deu aulas de equitação, entre tantas outras coisas.
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Há um grupo de jovens que formam os PHM – Putos, Homens e Machos, uma banda musical cheia de energia que mistura sonoridades de forma singular desde 2014. No próximo domingo, vão tocar à Festa do Avante.
Sim, são novos e tocam juntos há pouco tempo. Mas neste ano que passou, à custa de empenho e trabalho, cresceram. Cresceram tanto que, no próximo domingo, dia 6 de Setembro, vão tocar à Festa do Avante. E porque “se faz grande cá dentro”, o Gaibéu quis conhecê-los melhor.

Eis o que descobrimos sobre os Putos, Homens e Machos:
- Começaram este projecto em 2014. Os elementos do grupo foram sempre os mesmos desde o início? O Henrique Avelar na tuba, o Pedro Abreu no trompete, o Pedro Mocho no saxofone, a Inês na guitarra, o Nelson Queirós no baixo eléctrico e o “baterista mistério” (“o melhor baterista do universo e arredores”)?
Não, começámos a trabalhar apenas dois, o Abreu e o Henrique, apesar de já termos falado com o Mocho sobre a ideia de montar um projecto. Depois de estarmos os três, chegámos à conclusão que precisávamos mesmo de percussão e arranjámos um baterista.
- Quem é o “baterista mistério”?
A história do “baterista mistério” é engraçada, já que ao início não tínhamos baterista definido. Ou seja, acabámos por trabalhar com uns quantos, sendo que o primeiro a fazer um concerto connosco em Agosto de 2014 foi o Pedro Baptista (Esgrima).
Depois, claro que, com os compromissos profissionais dos bateristas,tivemos de nos ir adaptando. Neste momento o nosso baterista é o Vasco Lisboa e por enquanto é para manter. Apesar de, em algumas situações, devido a indisponibilidades, podermos ter de tocar com outro. Digamos que temos tantos bateristas quantos elementos há na banda, daí a história do “baterista mistério”, já que nunca temos a certeza de quem é que vem connosco.
O quinto elemento a entrar foi a Inês para tocar guitarra e o último foi o Nélson Queirós já que ao ar livre sentíamos falta de corpo na própria música e ele próprio mostrou interesse no projecto.
- Porque resolveram formar uma banda?
A banda formou-se com o propósito de fazermos animação na rua, uma mistura entre divertimento, beber uns copos e ganhar uns trocos. Apresentaram uma proposta para animarmos uma garraiada em Salvaterra e assim apareceram os PHM, ainda sem nome. (Ah, ah, ah!)
Fomos um bocado a apalpar terreno, queríamos ver se as pessoas aderiam à nossa sonoridade e à mistura ecléctica que ela apresentava e sem dúvida resultou. Depois, começámos a fazer algumas animações até que surgiu a oportunidade de fazermos um concerto “a sério” em Arruda, através da AJAV (Associação de Jovens de Arruda-dos-Vinhos), a quem agradecemos imenso desde já.
Depois, começaram a aparecer mais concertos e começou a tornar-se mais sério a partir do momento em que tocámos na mítica rua Cor-de-Rosa do Cais do Sodré no bar “Champanharia do Cais”. Mas já em Dezembro de 2014 tínhamos percebido que com trabalho poderíamos fazer alguma coisa que marcasse a diferença.
- Porquê o nome “PHM – Putos, Homens e Machos”, quando têm uma rapariga no grupo, a Inês?
Essa é outra história engraçada. Basicamente tínhamos ido tocar com umas marchas populares a Salvaterra e o Abreu, o Mocho e o Henrique foram beber um copo para relaxar depois, entretanto, as nossas iniciais davam PHM (Pedro, Henrique e Mocho), nome que, aliás, demos a uma pequena música por termos sido os três a montá-la. Mas queríamos que PHM significasse outra coisa, que fosse um nome que ficasse no ouvido, que tivesse um significado engraçado e ao mesmo tempo ligeiramente parvo. (ah,ah,ah!) Quando a Inês apareceu, já nos apresentávamos como PHM e como ela é o elemento mais novo do projecto ficou na parte dos “putos”.

- Na vossa opinião, qual é a marca da banda? O que é que a diferencia das outras?
A energia, a mistura ecléctica entre sonoridades (desde o ska ao género balcânico passando pelo rock e pelo reggae), a atitude em palco, que é bastante enérgica, o facto de a música ser bastante dançável e agradável, dos 8 aos 80, e sobretudo o facto de todos os elementos se complementarem para um todo, o que, na nossa opinião, proporciona um espectáculo bastante agradável. Basicamente cada um tem o seu ponto forte musical e juntamo-los todos para nos melhorar enquanto grupo. E depois a facilidade como nos desmultiplicamos do palco para a rua e vice-versa.
- Costumam tocar em Vila Franca, Arruda dos Vinhos e Lisboa. Correcto? A que mais localidades já foram tocar?
Correcto. Também já tocámos em Salvaterra de Magos umas quantas vezes, nas Cardosas, em Benavente e em Samora (aqui só em animação de rua, por enquanto), Coruche, Fonte da Telha (Costa da Caparica), vamos agora depois do Avante fazer uma animação no Alto Alentejo. Estamos a tentar conquistar degrau a degrau e cada vez ter um raio de acção maior.
- Como surgiu esta oportunidade de irem tocar à Festa do Avante?
Surgiu através de pessoal amigo que no ano passado achava que ainda não tínhamos qualidade para ir à edição de 2014, mas que nos disse que se trabalhássemos poderia haver hipótese de irmos em 2015. Fomos crescendo e sem dúvida que foi preferível esperar um ano e apresentarmo-nos com mais qualidade num festival desta dimensão. De início era só para ser animação de rua, a oportunidade do concerto surgiu depois e claro que nós aceitámos com todo o gosto.
- Já tinham ido tocar a outra festa com esta dimensão?
Não, nunca. Acho que o mais próximo foi a festa do Colete Encarnado, este ano, que, como sabemos, é uma das maiores festas da região. Houve oportunidade de irmos a um festival próximo de Porto Covo, mas por causa de licenças e autorizações o festival acabou por não se realizar.
- Estão nervosos com as actuações de domingo? Porque são duas, não são? Às 12h30 no Palco Agit (Cidade da Juventude) e às 21h00 no Palco Solidariedade (Espaço Internacional).
Claro que sabemos que o Avante é um festival com uma enorme dimensão nacional e até internacional, é normal haver alguma ansiedade. Mas acho que depende bastante das pessoas. Depois de começar entramos na onda e os possíveis nervos desaparecem.
- O que fazem para se acalmarem?
Depende das pessoas, mais uma vez. Ensaiar bastante é o que talvez acalme mais as pessoas, porque quando vamos musicalmente seguros para um palco o resto aparece por acréscimo. Depois falamos uns entre os outros, andamos na palhaçada e na brincadeira e é isto. (Ah, ah, ah!)
- Querem deixar alguma mensagem aos nossos leitores?
A mensagem que podemos deixar é que, se tiverem oportunidade disso, venham ouvir-nos ao Avante 2015 e visitem a nossa página no Facebook que tem por lá vídeos, os próximos concertos e mais algumas informações variadas. O link é https://www.facebook.com/putoshomensemachosphm.
Ah, e queremos agradecer imenso por esta oportunidade de divulgar o nosso trabalho, é sem dúvida excelente ver que o trabalho é reconhecido e vai dando frutos.
Obrigado nós, PHM! E depois, vamos querer saber como correu tudo na Festa do Avante! Ai vamos, vamos!